O Distrito Federal está localizado na porção central da Faixa de Dobramentos e Cavalgamentos Brasília. Seu contexto geológico regional é constituído por quatro conjuntos litológicos distintos: grupos Canastra e Paranoá (de idade Meso-Neoproterozóica), Araxá e Bambuí (de idade Neoproterozóica). Grupo Paranoá: abrange aproximadamente 65% do DF. É composto pelas seguintes rochas: quartzito conglomerático fino, metassiltitos, ardósias, metarritmito arenoso, quartzito médio, metarritmitos argilosos e a unidade psamo-pelito-carbonatada. Grupo Canastra: equivale a 15% da área do DF, distribuído pelos vales dos rios São Bartolomeu e Maranhão. É constituído essencialmente por filitos e, subordinadamente, por corpos lenticulares de mármores e quartzitos. Grupo Bambuí: cobre quase 15% do DF, sendo observado em sua porção norte, e leste ao longo do vale do Rio Preto. As principais rochas desse grupo são os siltitos laminados, siltitos argilosos e arcóseos. Grupo Araxá: ocupa 5% do DF e está localizado a sudoeste do território. É composto por xistos […]
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O Distrito Federal está situado na Província Hidrogeológica do Escudo Central, na qual são diferenciados dois grandes grupos de aquíferos: o Domínio Aquífero Poroso e o Domínio Aquífero Fraturado. Domínio Poroso: a água ocupa os poros entre os minerais constituintes do corpo rochoso. É representado pelos solos e pelas rochas que estão em processo de alteração. Em função de sua espessura e condutividade hidráulica, os aquíferos desse domínio podem ser classificados nos sistemas P1, P2, P3 e P4. Os sistemas P1, P2, P3 são caracterizados por grandes espessuras (> 5 m) e condutividade hidráulica respectivamente alta, média e baixa. O sistema P4 caracteriza-se por pequenas espessuras (< 1 m podendo alcançar 2,5 m) e condutividade hidráulica baixa. Domínio Fraturado: a água se acumula nas fraturas, fendas ou falhas. Esses aquíferos compõem o sistema de águas subterrâneas profundas, com profundidade máxima pouco superior a 250 metros. A condutividade hidráulica desses aquíferos […]
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O Distrito Federal está situado em um alto regional do Planalto Central, que corresponde à remanescentes dos aplainamentos resultantes dos ciclos de erosão sul-americanos desenvolvidos entre o Terciário Inferior e o Terciário Médio e Superior. O relevo do DF caracteriza-se pelo padrão plano a suave ondulado, relevos inclinados, que se estendem da base das chapadas e dos morros residuais em direção aos vales, e relevos dissecados, ao longo dos rios Paranoá, São Bartolomeu, Preto, Maranhão e Descoberto. Cinco grandes compartimentos geomorfológicos podem ser identificados no DF. São eles: Plano Elevado: relevo plano a suave ondulado, com altitudes superiores a 1.100 metros e declividade inferior a 10%. São regiões recobertas por Latossolos e com baixa densidade de drenagem. Plano Intermediário: relevo suave ondulado, diferenciando-se do anterior por apresentar declividade inferior a 12% e altitude entre 950 m e 1.050 m. Nessa área predominam os Cambissolos e há elevada densidade de drenagem. […]
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Os solos no Distrito Federal são relativamente planos, com várias profundidades, texturas, porosidades e diferentes níveis de fertilidade. Apresentam cores distintas, que vão de matizes avermelhadas até cinza e preto. Do ponto de vista da agricultura, os solos do DF apresentam baixa fertilidade, sendo necessária a correção do solo para cultivo. Predominam os Latossolos e os Cambissolos. Os Latossolos ocupam cerca de 60% do território, compreendem os Latossolos Vermelho (44%) e Latossolos Vermelho-Amarelo (16%). São solos de coloração avermelhada, altamente intemperizados, muito profundos, bem drenados, distróficos, ácidos e com teores de argila variando entre 15% e 80%. Ocorrem em áreas de topografia plana a suave ondulada. Os Cambissolos correspondem a 31% da área do DF. São solos pouco desenvolvidos, com minerais facilmente intemperizáveis, associados ao relevo mais movimentado (ondulado e forte ondulado). Geralmente, são solos rasos, distróficos, com textura variando entre argilosa a franco-arenosa, podendo apresentar material concrecionário e cascalhos. […]
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O Distrito Federal está situado em terras altas, que servem como dispersores das drenagens que fluem para três importantes bacias hidrográficas do Brasil: Bacia do Paraná, Bacia do São Francisco e Bacia do Tocantins. Sendo o DF uma importante região de nascentes, na qual predominam os cursos d’água perenes, sua hidrografia constitui um gigantesco rendilhado, por onde escoam cerca de dez bilhões de metros cúbicos de água, anualmente. Nas últimas décadas, em virtude do forte crescimento demográfico e intensificação das atividades econômicas, vêm ocorrendo uma forte pressão sobre os recursos hídricos, colocando em risco sua manutenção e sustentabilidade. O DF é composto por sete bacias hidrográficas: Bacia do Rio Descoberto: é formada pelo Rio Descoberto, que drena o DF no extremo oeste do território e o separa do estado de Goiás. O Lago Descoberto, formado pelo represamento do Rio Descoberto, é responsável pelo abastecimento de 60% da população do DF. […]
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Segundo a classificação climática de Köppen, o clima no Distrito Federal é tropical, com concentração de precipitações no verão. Apresenta os seguintes tipos climáticos: Tropical (Aw): temperatura superior a 18 °C para o mês mais frio. Envolve, aproximadamente, as áreas com cotas altimétricas abaixo dos 1.000 m. Tropical de Altitude (Cwa): temperatura inferior a 18 °C para o mês mais frio, com média superior a 22 °C no mês mais quente. Abrange, aproximadamente, as áreas com cotas altimétricas entre 1.000 m e 1.200 m. Tropical de Altitude (Cwb): temperatura inferior a 18 °C para o mês mais frio, com média inferior a 22 °C no mês mais quente. Corresponde às áreas com cotas altimétricas superiores a 1.200 m. As temperaturas médias anuais variam entre 19 °C e 23 °C. O período mais quente ocorre entre setembro e outubro, no qual a média histórica das temperaturas mais altas chega a 30 […]
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O Distrito Federal está totalmente inserido no bioma Cerrado. É o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando mais de 200 milhões de hectares, média de 22% do território brasileiro. Sua área contínua se incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além de enclaves no Amapá, Roraima e Amazonas. O Cerrado é conhecido como “berço das águas do Brasil”, pois, por compreender zonas de planalto, a região possui diversas nascentes e importantes áreas de recarga hídrica que contribuem para grande parte das bacias brasileiras. É reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade, fato que, associado ao alto risco de perda de habitat, fez com que esse bioma fosse considerado um hotspot mundial para conservação da biodiversidade. Nas últimas décadas, o Cerrado passou por intensas transformações, sendo, depois da […]
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O Cerrado se apresenta como um mosaico vegetacional composto por 11 tipos de fitofisionomias enquadradas em: Formações Florestais: englobam os tipos de vegetação em que predominam as espécies arbóreas, com formação de dossel contínuo. Possuem os seguintes tipos: Mata Ciliar e Mata de Galeria, que ocorrem associadas aos cursos d’água; Mata Seca e Cerradão, que ocorrem nos interflúvios, em terrenos bem drenados, não associadas aos cursos d’água. Formações Savânicas: compreendem quatro tipos principais: Cerrado Sentido Restrito, Parque de Cerrado, Palmeiral e Veredas. O Cerrado Sentido Restrito caracteriza-se pela presença de arbustos, com árvores distribuídas aleatoriamente em diferentes densidades, sem formação de dossel contínuo. No Parque de Cerrado, a ocorrência de árvores está concentrada em locais específicos do terreno. No Palmeiral, há presença marcante de alguma espécie de palmeira, podendo ocorrer tanto em áreas bem drenadas, quanto mal drenadas. As Veredas se caracterizam pela presença de uma única espécie de palmeira, […]
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O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo. Abriga 12.385 espécies de plantas nativas já catalogadas, das quais cerca de 4 mil são endêmicas. Mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, como proteção contra a erosão ou para habitat de predadores naturais de pragas. Mais de dez tipos de frutos comestíveis são regularmente consumidos pela população local e vendidos nos centros urbanos, como os frutos do pequi (Caryocar brasiliense), buriti (Mauritia flexuosa), mangaba (Hancornia speciosa), cagaita (Eugenia dysenterica), bacupari (Salacia crassifolia), cajuzinho do cerrado (Anacardium humile), araticum (Annona crassifolia) e as sementes do barú (Dipteryx alata). Entre as espécies da flora, 637 estão ameaçadas de extinção.
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A fauna do Cerrado é bastante rica, contabilizando cerca de 250 espécies de mamíferos, 850 espécies de aves, 1.200 espécies de peixes, 260 espécies de répteis, 200 espécies de anfíbios e 90 mil espécies de insetos. Entre os anfíbios e répteis, estima-se que, respectivamente, 28% e 17% são endêmicos. O Cerrado é refúgio de 13% das borboletas, 35% das abelhas e 23% dos cupins dos trópicos. Entre as espécies citadas, pelo menos 266 encontram-se ameaçadas de extinção.
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Apesar da reconhecida importância, entre todos os hotspots mundiais para conservação da biodiversidade, o Cerrado é o que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção integral. Somente 8% do seu território é legalmente protegido por unidades de conservação. O Distrito Federal está entre as unidades da Federação com o maior percentual de território protegido. Mais de 90% de sua área está sob o regulamento de alguma unidade de conservação. Existem 36 unidades de conservação, sendo 12 de Proteção Integral e 24 de Uso Sustentável. Existem, ainda, 72 parques voltados ao lazer e contemplação ecológica e três áreas de proteção especial: o Jardim Zoológico, o Jardim Botânico e a Reserva da Embrapa Cerrados. Além das unidades de conservação, existem outras áreas protegidas, como Áreas de Preservação Permanente (APPs), em torno dos cursos e corpos d’água, topos de morros e encostas, e nas áreas de reserva legal em propriedades particulares. O […]
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